terça-feira, 27 de março de 2012

Aventurar-se

Cássia queria viver uma aventura. Todos as noites, Cassia ia dormir preocupada. Olhava debaixo da cama, atrás da porta e no corredor. Olhava até dentro do guarda-roupa.  Não sabia o que poderia encontrar, mas sabia que algo poderia aparecer de repente. Em seu quarto havia um velho urso cor verde musgo. Ela o pegava e coloca no quarto de seus pais com o corpo de bruços, pensava que ele poderia ganhar vida enquanto ela dormia. Cássia era fantasiosa e suas idéias a levavam para todos os lugares possíveis, principalmente aqueles em que haviam muitas aventuras e suspenses. As noites, para ela, eram momentos de respiração profunda e sonos inquietos. Após fazer uma vistoria geral nas proximidades do quarto, Cássia deitava-se e se enrolava por completo, independente do calor que fazia. os pés, principalmente. Estes não podiam estar descobertos para não serem, eventualmente, puxados por alguma mão imaginária (ou real, sabe-se lá!). Passava-se um tempo e no dia seguinte acordava com a sensação de que a noite havia sido emocionante: sombras nas paredes entre ir e vir, medusas de um lado a outro do quarto, sonhos sendo realizados e desfeitos, animais peludinhos querendo carinho, desenhos animados ganhando vida. Nossa! Cassia chega se cansava e se aliviava de quão longa a noite havia sido. Então, ela se preparava para a próxima noite tão longa quanto a outra e não menos imaginativa.


Lu Rosário



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Um comentário:

Maria Luisa Adães disse...

Sou amiga de João Costa filho há tempos largos.
Vim das "sombras" neste momento.
A encontrei por lá há muito tempo.

A vim procurar e solicitar sua amizade.

Escrevo poesia no :

http://os7degraus.blogspot.com

e mais 2 blogs no sapo que mais tarde lhe dou o nome.

Gostei de seu texto e do devaneio de sua heroína no passar de noites prolongadas,
de noites mal dormidas.
E gostei!

A espero, assim como espero o despertar do joão.

Um abraço,

Maria Luísa Adães

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