domingo, 22 de julho de 2012

O contínuo do tempo


Não sei quanto tempo se passou. A sensação da sua passagem invadiu e reduziu-me. É estranho saber que não se é a mesma e que as brincadeiras não têm mais a graça que tinham, que os sabores são outros, os gostos são inversos aos de alguns anos passados e ultrapassados. Meus risos eram mais largos, meus sentimentos mais rasos. Eu, imperceptivelmente, sabia o quão séria ia ficando e quantas perspectivas e sonhos ia assumindo. Devido a isso, me iludi, desiludi, acreditei, sofri, fui orgulhosa e depois mudei, levantei asas e pousei. Pousei em terra seca, na qual preciso molhar diariamente para ver se consigo semear algo, cujas sementes são frutos de passados presentes. Foi nessa temporalidade que eu me arremessei e me contive, além de tantas vezes ter chorado até me auto-aceitar. Essa passagem contínua a continuar é o que priora em meu trajeto, que vicia e me faz ter vontades de seguir.


Enquanto o tempo vai passando
Eu fico loucamente séria
Quem me dera ser e não ser
De repente tudo fica velho
Seriamente louco
Sobra pouco tempo pra não sei o que [
Zona Zen, de Rita Lee]

 Lu Rosário


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4 comentários:

J. C. Gomes disse...

Estou estranhando sua reflexão! Apesar de que no outro você deixou claro a vontade de casar, talvez seja mesmo uma etapa que pulou e que agora está refletindo em sua vida - o tempo e a pessoa certa.
Mas aceitando-se e aceitando o tempo tudo fica mais fácil. :/

"É preciso saber viver"

Bjoks

Carlos disse...

seguir sempre, afinal. a vida é muito curta pra qualquer tipo de parada.

Dolce Vita disse...

E a vida exige: seguir sempre.

J. C. Gomes disse...

Vida nova tudo novo!!! Bjoks

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