terça-feira, 4 de setembro de 2012

Vamos falar do Diário da Putaria?

Não, gente, não não! O Diário da Putaria, escrito em letras maiúsculas, não é o meu diário íntimo e muito menos o nosso. Quer dizer, pode ser nosso se quisermos. O Diário a que me refiro é um site pornográfico, por sinal bastante conhecido, no qual cada um de nós pode ser um assíduo frequentador ou mesmo fazermos parte de suas publicações. O site possui um logotipo atraente tal como sites pornográficos hão de ter, visto que os internautas, ao acessarem, provavelmente se tornem grandes batedores de punhetas ou ágeis em dedos e clitóris. Para analisar o logotipo, utilizei o método arqueológico de Foucault e vejam só no que deu.
Imagem: site Diário da Putaria
Leiam o título e o nome do site, leram? Fica claro o quanto há uma relação entre eles e o quanto isto transgride as leis morais da sociedade. Isso leva-nos a crer que há uma recorrência de atos considerados imorais que aponta para a exposição da relação sexual. A pornografia, no entanto, tornou-se uma norma econômica. Dessa forma, temos o código de barras que é uma representação gráfica decorrente de um produto quando colocado à venda.  No caso - nossos corpos - sejam eles magros, gordos ou sarados já que o site destina-se, principalmente, a fotografias e imagens caseiras. A imagem central é a de uma mulher loira e nua, com seios fartos, magra, cabelos lisos e longos, uma tatuagem de cor vermelha na região da cintura, a cabeça levantada, boca semi-aberta e corpo curvado, colocando em evidência as nádegas como se estivesse posicionada para o sexo anal (Delícia para vocês, não é rapazes?). O fato de se pensar em um posicionamento sexual devido a postura do corpo é algo que foi construído historicamente. Além dela, temos uma mulher de lingerie e a segurar os cabelos a qual poderíamos dizer que, assim como a loira, encontra-se posicionada de forma a incitar aqueles que acessam o site.

Temos, também, as figuras de jornais com as seguintes imagens: uma mulher nua, segurando os seios com as duas mãos; de lingerie, sentada ou deitada sobre algo; com a blusa levantada, calça baixa e calcinha vermelha à mostra; e elementos que compõem a figura da fantasia materializada na “colegial”. Respectivamente, poderíamos dizer que há a mulher vulgar, aquela que ocupa a posição de cônjuge, a dona de casa que se entrega aos prazeres sexuais e a que realiza um fetiche comum aos homens. Além disso, vemos os links “Escritório do sexo” e “Putas Caseiras Sexo”, cujos termos afirmam o prazer pelo sexo em dois ambientes distintos, no qual o mesmo deveria ser ocultado. Por meio dessa análise, temos um sujeito cujo status refere-se àquele que tem o direito de fazer e falar de sexo. Essa análise é uma visão hiper resumida de um artigo por mim produzido, sob a orientação do Prof. Dr. Nilton Milanez, e apresentado em um evento de estudos linguísticos. Agora, pensem aí! Sala lotada, todo mundo querendo ver a Senhorita Lu Rosário apresentando um artigo tão convidativo quanto este...rsrsrs. É realmente de deixar todos com os ouvidos em pé e água na boca.

E pensando nos lugares em que é permitido falar sobre sexo, eu lhes pergunto: Este blog é um espaço propício para se falar sobre sexo? Creio que sim devido ao título que possui: Sem pudor. Pensar em despudores é assumir uma sexualidade ilegítima e adentrar nesses ambientes tão cobiçado. Portanto, despudorados, sintam-se a vontade tanto aqui quanto no Diário da Putaria ou seja lá em que canto for porque viver, falar, ouvir, ler e fazer de sexo é o que há de mais gostoso nessa vida!


Lu Rosário


Esta publicação pertence à categoria Sexo. Todos os textos publicados sobre essa temática, encontram-se aqui. Sinta-se à vontade para conhecer os outros textos concernentes à esta categoria.


2 comentários:

Paolla Milnyczul disse...

Sexy.

J. C. Gomes disse...

Lu, fico muito á vontade para falar aqui e no cotidiano, como diz minha analista (para me aceitar despudorada preciso de terapia) a sociedade não está preparada para a verdade, mas eu sou assim, natural e franca! Sexo deve ser feito em todos os lugares respeitando o ambiente e as pessoas que frequentam.
Bjoks

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