terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Prazerosamente, Érica.

"Se acaso me quiseres
Sou dessas mulheres que só dizem sim
Por uma coisa à toa, uma noitada boa
Um cinema, um botequim"



Érica sabia provocar. Assumia suas carências, entregava-se ao jogo da sexualidade e ocasionava tentações - as mais furtivas. Ela não tinha consciência do tamanho dos desejos que proporcionava nem das fantasias que com ela imaginavam. Érica só reconhecia o seu poder de seduzir e arrebatar olhares. Quando por alguém se interessava, buscava vestir-se da forma mais ousada com todos os decotes e curtezas. Desfilava com seu rebolado sutil, sorria distraidamente e era menina que, apesar de séria, surpreendia com seu despudor. Érica, certo dia, se encantou. Então permitiu-se aos devaneios que o corpo lhe oferecia. Insinuava todo o tempo e era de poucas carícias por se armar contra outras formas de pensar e outros interpretares. Érica não queria interpretações errôneas, nem sentimentos e coração palpitando. Ela só queria ser leviana. Entretanto, não tinha talento para o que soava promiscuidade. Érica era contraditória em si mesma e complexa demais a ponto de nem a si conseguir descrever. Quando se envolvia, sentia pontadas de ciumes e deixava livre como se nada houvesse entre ambos. No momento do prazer, soltava-se aos poucos e era tesão personificado. 


"Mas na manhã seguinte, não conta até vinte
Te  afasta de mim
Pois já não vales nada, és página virada
Descartada do meu folhetim"
[Chico Buarque]


Lu Rosário



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7 comentários:

Ricky Oz disse...

Eita, mas essa Érica é confusa mesmo hein, e diria mais, confusão para quem se envolver com ela... mas acho que valeria a pena até...

Beijos!

Luís Paz disse...

Com esta bela perna como perfil, não tem como não dar mais uma olhada e conhecer esses não-pudores por aqui haha

teu blog sempre me lembra uma música da Ana Carolina: Eu comi a madona
haha

esse temperinho de malícia, velada e às vezes escancarada mesmo, com as místicas realidades que excitam os olhos, os ouvidos e as peles.


Hey, tem post novo lá, neste em especial, adoraria receber teu comment. Ele é muito importante pra mim e pro clive.
Te aguardo lá, abraço.

diademegalomania.blogspot.com

Anderson Oliveira disse...

Érica não era confusa... Érica era mulher!

Rafaela Figueiredo disse...

E qual de nós não é contraditória em si mesma?
Lindo texto!

Bjs

Lázara papandrea disse...

as mulheres são mesmo confusas,mas também amáveis e surpreendentes....adoro essa música do Chico! beijos

Dolce Vita disse...

A alma feminina e suas complexidades. Sempre muito bom ler-te! (Querida Lu, desejo a vc e todos os seus um Natal repleto de paz e muitas alegrias em 2013) Beijos

João Costa Filho disse...

Olá Lu, quanto tempo né? E essa menina aí toda atrevida e cheia de desejos quetais... Nooosa, ainda bem que é só prosa , poi se fosse verso ou vice, seria a mó ninfa da paróquia. Mas ainda e mesmo assim sempre gosto de ler minha menina-poeta-prosódia, e ou prosopopéica.
Sinto saudade de Tu.
Todos os beijos
Um Feliz Natal

João Costa filho

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