Carnaval em Rio de Contas

Carnaval em Rio de Contas, na Bahia, em 2013

Havia alegria estampada nos rostos. Haviam rostos pueris, regados e desregrados. Haviam, inclusive, rostos daqueles que estavam dispostos a conhecer a vida. O espírito carnavalesco pairava, havia jovialidade em todas as idades e o coração era uma folia só. Entre marchinhas e pagode, para não deixar de ser bem baiano, estavam os passos trocados e o rebolar malicioso e onde se encontrava malícia, haviam beijos e entregas. Nem precisava ver o outro, bastava sentir o toque e o gosto e nem precisava ouvir música, bastava dançar descompassado. Crianças circulavam com fantasias variadas, senhores e senhoras mostravam seu lado saliente da vida e adolescentes pegavam-se livremente e esbanjavam-se entre máscaras e quetais. Havia um espaço democrático, no qual não se separa riqueza de pobreza nem gêneros sexuais. Todos, independente, estavam juntos e compartilhando do mesmo espaço, do mesmo passo de dança [apesar dos diversos estilos].  Festas em espaços fechados, pequenos blocos, casas apelidadas e muita zoação. Sim, zoação. Ouvíamos bocas gritarem e flertarem em cada rua e esquina rio contense. O carnaval mostrava-se realmente para todos e como dizia Elly Gonçalves, "Ai, que brincadeira gostosa" esse momento único no ano. Assim eu completo dizendo que mais que brincadeira gostosa é o perfeito pacote que nos contemplava em dias e noites tão lindos.

♪ ♫ Dançando, dançando, dançando 

Dan dan dan dan dan ♪ ♫ 

[Ivete Sangalo]