Sexual, casualmente e só.

Puxou-me a blusa, queria sedução. Entretanto, errava em seus atos involuntários. Esquecia-se que seduzir era uma técnica cujo despudor exigia um pudor. Olhava inteiramente para o que minha blusa bradava responder, havia ímpeto no tamanho desaforo que a sua má sedução aflorava. No entanto, não mais importava naquele momento. Estava apta a qualquer gesto desejoso e por mais que recuasse, não havia como não se entregar.

Aquele pegar forte, tirava-lhe o juízo. Mal sabia quais as suas reações, agia por impulso e, nesse momento, reconhecia o sentido da palavra instinto. Instintivamente, abria as pernas e deixava-o alcançar seus recônditos. Permitia-lhes voracidade em seus movimentos, aceitava quaisquer obscenidades. Suas unhas rasgavam-no a pele. Havia todo desejo acumulado sob a carne que lhes constituíam. Havia extremidades que se encontravam. Havia tesão e desrazão.

Depois nos distanciávamos. Depois de toda transa, de toda intimidade, de tudo o que havia sido trocado em fluidos e palavras. Deixávamos de lado. Encerrávamos o sexo que nos competia. No amanhã, seríamos outros com outros e, se houvesse reencontros, que fossem na mesma sintonia e potência tal como as que os estremeceram.