terça-feira, 2 de abril de 2013

Goodbye, Março!

Começou devagarzinho e me assustou como um vendaval. Os ventos, que antes sopravam desafinadamente, anunciavam a tormenta que depois viria. Foram sonhos, abstrações, pensamentos tortos, pesadelos, previsões. Foram perdições ocorrendo internamente e me desestabilizando por meio de olhares que eu lançava vagamente. Perdas, dor e saudades: estas seriam as palavras que definiriam o mês de Março. Um mês com três inesquecíveis datas, com três longos choros e encarregado de lembranças. Nesse mês, eu percebi o quanto o verbo consolar me é desconhecido, o quanto sou difícil para abraçar e o quanto minha boca reluta em pronunciar palavras de aconchego. Concluí, então, que só tenho as palavras como aliadas em meio a tormenta que se instalou. Março não foi fácil e não me fará falta. Tantas foram as noites sob o travesseiro e o medo de adormecer e sonhar nada do que fosse benévolo. Março realmente me levou junto com seu vendaval e com seus assobios finos. Agora ele vai cantar em outra freguesia e espero não mais reencontrá-lo, pelo menos não nos últimos quinhentos anos. Goodbye, Março, porque agora eu quero desanuviar. Tensão é para os fracos.

2 comentários:

Beto Ribeiro disse...

Olá Lu, minha querida lindinha!!

Pra ti...

Março em águas.

Quando março findar
e forem suas águas partir,
colherei uma vez mais boas eras,
nas escaladas em vidas secas do depois.

Flores não brotarão com o ir embora de um verão,
nem heras sorrirão, nem contos de não ter
prolongarão gracejos de fingir, ou de vida enganada,
em uma estação com folhas de heras em escalada.

Mês de canto, de dor e de tremor
mais águas, menos amor, sem verso ou prosa azul,
apenas a dor rosada de nunca mais ter pousada,

que em ano de águas rasas
nunca nascem flores douradas
apenas rasteiras em muros, em Heras.

{Beto Ribeiro]

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Esse foi o meu março...
Começo o Abril com vida nova pela frente, novo trabalho, nova casa, nova gente, novo horizonte... Mas, depois de muita dor... Senti, assimilei e me refiz. Tô prontinho para a nova colheita.

Lindo texto como sempre. Beijo imenso, fique com Deus.
Tudo passa, já dizia um grande amigo, e a força da menina guerreira você tem!!!!

Beto.

Claudio Chamun disse...

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol ...

Este março se foi. Em um ano teremos outro. Não posso me queixar do meu março, mas posso desejar que teu abril seja muito melhor.

Bj

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