Wlliana para quem te quero...

Wlliana era uma moça simples, de modos simples e, com isso, considerada encantadora. Nesse encantar, encantou-se por um alguém cujos olhos apontavam em outra direção. Magra, escondia-se em roupas que não privilegiavam suas curvas. Wlliana era magra, mas tinha em seu corpo todos os contornos e saliências, ainda que não tão salientados. Ela não via nos olhos dele o mesmo tesão de quando olhava para fulana ou sicrana. Sentia-se olhada apenas pela dúvida que seus modos geravam ou pelo seu aparente encantamento. Mas não era somente (ou não era mesmo) assim que Wlliana gostaria de ser vista e apreciada. Desejava seus olhos a devorá-la, a instigá-lo por seu pertencimento. Diante deste querer descontente, a moça simples de discretas curvas sentia-se impotente em relação às suas potencialidades corpóreas e até mesmo colocava-se em dúvida por completo. Sentia-se, de certo modo, desprivilegiada, posto que sua magreza e seu jeito escondiam a mulher que em si viviam. Wlliana sentia-se não desejada, não atraente e incapaz de causar tesão em algum homem que a ludibriasse.