sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Para a vida, não há fórmulas

Clóvis de Barros Filho em entrevista à Jô Soares
Ao assistir uma entrevista do professor Clóvis de Barros Filho para Jô Soares, me arrepiei. Ele começou contando a história que o direcionou a ser quem é hoje. Resumidamente, Clóvis de Barros disse que aos 13 anos foi, pela primeira fez, apresentar um seminário na escola. Ao se colocar no lugar de apresentação, ele se apaixonou e teve vontades de não sair do lugar em que se encontrava. Apresentou seu trabalho em poucos minutos e começou a inventar outras coisas para não sair daquele lugar que, para ele, era tão perfeito. Deste dia em diante, o entrevistado decidiu que seria professor e o futuro, realmente, lhe reservou isso. Eu me arrepiei pelo amor que ele, em suas palavras, demonstrou à profissão. Eu me arrepiei pelo fato dele ter descoberto tão cedo o que queria. E me arrepiei por lembrar de outros relatos de amigos que amam o que fazem.

De imediato, lembrei-me de uma conversa que havia tido há um mês com a professora Regina Baracuhy. Ela me disse que quando era estudante de graduação, teve uma professora maravilhosa; mas que, anos depois, ao conhecê-la melhor, descobriu que esta professora, fora da sala, possuía uma vida difícil e cheia de problemas. Diante disso, Baracuhy questionou o quão diferente acreditava que ela era perante o modo como a conheceu enquanto aluna. Ela respondeu que, quando entra em sala, deixa todos os problemas para trás porque ama o que faz e, por isso, se sente outra naquele ambiente. Diante disso, Baracuhy acentuou que tinha dúvidas sobre se algum dia faria algo que amasse tanto até que se descobriu, também em sala de aula, e hoje ela reforça o mesmo pensamento dos referidos neste texto.

Eu vivo me questionando sobre isso, mas também não esqueço de uma história que aconteceu comigo e me marca até hoje. Quando eu tinha 10 anos, cursava segunda série, a professora de língua portuguesa pediu que os alunos levassem uma oração para a sala de aula. Eu havia visto uma no livro didático, fiz uma adaptação do meu jeito (poético) e levei para a aula. Foi pedido que eu lesse para a turma (esta tarefa foi difícil, mas eu estava tão orgulhosa do meu feito que li assim mesmo). A professora adorou, recebi muitos elogios e a simpatia ainda maior dela. Depois disso, eu tive certeza do que amava. Passei a escrever sempre, tudo era poesia: alegria, tristeza, saudade ou dor. Escrevia haicais sem nunca ter visto um, pensava que era bobeira ou coisa de criança poema de três versos. Escrevia textos que eram pura poesia, sem conhecer nenhum escritor. Eu tinha certeza que havia nascido para escrever e o resultado é este blog, o qual eu posso até não escrever tão bem... mas eu amo mesmo assim..rsrs. 

Para completar, o professor Clóvis de Barros salienta que o motivo da infelicidade consiste no buscar fórmulas para a felicidade. Para ele, a felicidade precisa apenas da realidade para existir. Há coisa mais linda de se ouvir? Não, não há. A felicidade está dentro de nós, só nos convêm saber enxerga-la nos mínimos detalhes. Fica aqui o vídeo para que vocês também possam assisti-lo. E antes de qualquer coisa, me digam: Vocês amam o que fazem? Senão, corram atrás daquilo que te faz ter orgulho de si e que desejaria eterno porque aí sim, você será feliz todos os dias, independente dos percalços da vida.


"A expectativa de que haja uma fórmula pra vida, é a fonte de tantas das nossas decepções. Que tal de peito aberto? Aberto paro mundo! Encarar o mundo como ele é no seu ineditismo, na sua virgindade, na sua irrepetibilidade e saber que, sem fórmula nenhuma, tamos aí diante de um mundo extraordinariamente competente para te entristecer, mas aqui e ali também capaz de te proporcionar grandes alegrias" [Clóvis de Barros Filho]


Um comentário:

Anônimo disse...

Gosto do Jô Soares uma grande cabeça e um percurso incrivel nas televisões. Parece que é amigo do Nicolau Breiner mas o Jô supera-se sempre, o Breiner é bom em cinema(um bom actor) mas o Jô sem duvida é o maior(comediante), só é pena aquela implicancia com portugueses(não era humoristico), era implicancia mesmo mas parece que já passou essa fase(amadureceu).

Nunca te esgostas Lu Rosario, parabens e beijos(onde mais quizeres)
ah ah ah ah

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