Não foi tão de repente. Eles já haviam trocado alguns dedos de prosa. Conversas de liquidificador, como aquelas que se trocam ao pé do ouvido e ninguém mais fica sabendo. Urânia era uma moça de modos recatados e mente aberta. Marcelo era um rapaz de modos e mente recatados, com suaves tons abertos. Não sabiam se tinham similaridades. Sabiam que eram homem e mulher entre vontades inflamadas. Ele sempre a chamava para visitá-lo.
A proposta era um filme, outros dedos de prosa com traços confessionais e não mais palavras digitadas. Urânia sempre queria ir, mas de tão ocupada não podia. Negava a vontade. Marcelo mantinha-se sob espera. Quando se encontravam, seus olhares desviavam. Afinal, não queriam que percebessem o quanto havia querer em suas pupilas. Naquele sábado, Marcelo novamente a chamou - imaginando que ela viesse a negá-lo, como das outras vezes - mas, desta vez, o convite foi certeiro e às 15:00 estava ela, no ponto de ônibus, com uma saia florada, uma blusa bordada e uma capanga ao lado. Lá estava ela com a consciência das possibilidades e a cabeça a mil. Lá estava Urânia com a cabeça em outro mundo, pensando no quanto seu nome a identificava como de outro planeta. Não poderia ser diferente, ela estava lá e cá. No seu celular, enviou uma mensagem: Já estou indo. Em sua casa, Marcelo recebera a mensagem e com um sorriso largo, jogou a toalha no ombro e foi tomar seu banho.
O banho, para ele, trazia todas as ideias e o molhava de novas sensações. Ao sair do banheiro, olhou ao redor para ver se a casa estava pronta para receber aquela moça tão bonita. Outra mensagem: Já estou na porta. Coração nem deu tempo de acelerar, logo estava na porta recebendo-a. Desconfiada, Urânia entrou como se entrasse em outro mundo. Marcelo, como todo homem, tranquilo a olhava de cima em baixo - em pernas e seios, quase à mostras. Sim, conversaram horas a fio. Concretizaram o que antes era virtual. Até que...de súbito, seus olhos pararam sobre os lábios dela e o corpo incendiou. Urânia o sentiu puxar, chupar lábios e seios. Sentiu ele arranhar suas roupas, arrancar seu corpo e colocá-la sobre ele. Marcelo sentia suas mãos a apertarem, seu corpo a entregar-se, sua boca a chupá-lo. Após uma hora. Jogados sobre a cama e com dedos entrelaçados, havia um verbo de despedida. Um adjetivo que o negava. Uma atitude que o confirmava. E se vestiram sedutoramente. Ponto de ônibus - distâncias - virtual: essas três palavras voltaram a fazer parte do que, por algumas horas, representavam uma.
A proposta era um filme, outros dedos de prosa com traços confessionais e não mais palavras digitadas. Urânia sempre queria ir, mas de tão ocupada não podia. Negava a vontade. Marcelo mantinha-se sob espera. Quando se encontravam, seus olhares desviavam. Afinal, não queriam que percebessem o quanto havia querer em suas pupilas. Naquele sábado, Marcelo novamente a chamou - imaginando que ela viesse a negá-lo, como das outras vezes - mas, desta vez, o convite foi certeiro e às 15:00 estava ela, no ponto de ônibus, com uma saia florada, uma blusa bordada e uma capanga ao lado. Lá estava ela com a consciência das possibilidades e a cabeça a mil. Lá estava Urânia com a cabeça em outro mundo, pensando no quanto seu nome a identificava como de outro planeta. Não poderia ser diferente, ela estava lá e cá. No seu celular, enviou uma mensagem: Já estou indo. Em sua casa, Marcelo recebera a mensagem e com um sorriso largo, jogou a toalha no ombro e foi tomar seu banho.
O banho, para ele, trazia todas as ideias e o molhava de novas sensações. Ao sair do banheiro, olhou ao redor para ver se a casa estava pronta para receber aquela moça tão bonita. Outra mensagem: Já estou na porta. Coração nem deu tempo de acelerar, logo estava na porta recebendo-a. Desconfiada, Urânia entrou como se entrasse em outro mundo. Marcelo, como todo homem, tranquilo a olhava de cima em baixo - em pernas e seios, quase à mostras. Sim, conversaram horas a fio. Concretizaram o que antes era virtual. Até que...de súbito, seus olhos pararam sobre os lábios dela e o corpo incendiou. Urânia o sentiu puxar, chupar lábios e seios. Sentiu ele arranhar suas roupas, arrancar seu corpo e colocá-la sobre ele. Marcelo sentia suas mãos a apertarem, seu corpo a entregar-se, sua boca a chupá-lo. Após uma hora. Jogados sobre a cama e com dedos entrelaçados, havia um verbo de despedida. Um adjetivo que o negava. Uma atitude que o confirmava. E se vestiram sedutoramente. Ponto de ônibus - distâncias - virtual: essas três palavras voltaram a fazer parte do que, por algumas horas, representavam uma.
4 comentários:
Muito bom! História que prende, sedutora e excitante. Gostei!
Beijos!
Muito bom.
Começou e terminou com sensualidade.
Obrigado pelo elogio lá no blogue.
Beijos
A descrição dos personagens ganha um tom clariceano: simples, abrangente e, ainda, sutil.
E eu adoro!
Beijo, Lu
Bela narrativa! No inicio lembra um pouco Eduardo e Mônica...
http://mardeletras2010.blogspot.com.br/2013/11/ha-mais-coisas-entre-o-ceu-e-terra-do.html
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