segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Respiração


Silencio. Respiração.
A poesia começava ali, naqueles três passos que a levavam até ele.
Puxou-a contra si, rancou-lhe o que restava de ar e atravancou as mãos que, antes, já insinuavam fortalezas.

Respiração ofegante.
Continuava ali, começava uma dança: sentados um sobre o outro. Abertos. Pausados. Propícios.
Esfregou-a em si. Colou lábios, pele e nariz. Sentiu algo escorrer - vontade de pegar e morder.

Aceleração.
O sangue desesperado. Mas o pensamento ali. A boca no falo. A tentação querendo se exibir.
Havia algo errado. Algo estava por vir.
Puxou-o para si, grudou-lhe com as pernas. Queria mais que gosto da raiz, do caule que faz.

Silêncio. Respiração.
O celular toca e ouve-se uma voz.
O movimento clama e ouve-se outra voz:
- Estou quase gozando.
E goza-se o querer que se desfaz quase como foi da última vez.

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