domingo, 23 de março de 2014

Num Buteco512

Mega Rádio - 22.03.2014

Havia poesia naqueles olhares, na curiosidade e despojar que circulava naquele lugar entre pessoas que pouco ou nada se conheciam ou tanto se sabiam. Eu, quem mais desconheciam, me valia dos sem pudores da vida e do jeito rebelado que a ousadia permitia. Fui timidez do início ao fim, fiquei nervosa, fiquei calada, falei besteira, desfalei. Depois que acabou tudo, pensei: Devia ter dito isso em vez daquilo e acolá. Coisa que todo mundo faz, coisa natural. Havia poesia que falava cantada, entre sertanejo e mpb afinado, entre rouquidão e voz agitada, entre emoção e talvez razão - sei lá, um vão de tantos pensamentos, de tanta turbulência, do carinho no celular, do grito do outro lado, da libidinagem que cercava alguns sentidos com que se vestiam. Minha observação fazia-se atenta às vontades. Em algumas horas, algumas despedidas. Ao final, muitas marcas. E, em resumo, uma outra devassa sempre descia melhor para aliviar o que ralava-me por dentro.


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