De repente, 30!

A gente pensa assim: o tempo passou rápido demais para que eu pudesse percebê-lo. Mas sabe? Este pensamento não passa de um devaneio porque quando vamos pensar com mais tranquilidade, chegamos à conclusão do quanto levamos nesses tantos anos pós quinze anos. Quando colocamos na balança, percebemos o quanto aprendemos com a vida e o quanto em nós é bem mais ávido ou não. Chegar na beira dos trinte anos desestrutura. Pensar em ter uma idade maior que essa é enquadrar-se dentro de um perfil em que as pessoas já estão independentes em todos os sentidos. 

Quando, de repente, a idade se aproxima, bate aquela crise de quem acredita não ter aproveitado o tempo o suficiente. Sim, é desesperador chegar aos trinta sem ter um salário que lhe permita bancar suas próprias despesas e alugar ou comprar um imóvel próprio, como também é desalentador não ter alguém para trocar carinho ou assistir filmes juntos aos domingos. Chegar nesta idade é começar a sofrer o peso que a sociedade nos impõe. E, assim, cobra-se ainda mais por aquilo que esforço maior não poderia lhes dar. Os trinta anos é a idade do ápice na fase adulta, pois é a partir daí que suas decisões se exigem definitivas. Não é mais permitido ficar pensando naquilo que vai dar certo e tentando inúmeras vezes. É essencial estabelecer metas e lutar por elas entre unhas e dentes. A gente começa a agir assim sempre que pensamos que o mundo passou rápido demais.

Diante de todo afobamento que a idade nos permite ter, vem a depressão e o desespero. Vem a dor de quem tem muito chão pra seguir e muitos obstáculos a pular. Os dias passam a ser nostalgias e isso machuca porque não é possível voltar no tempo. Mas de tudo isto que tenho dito, uma coisa é certa: viver além da idade é muito melhor e descobrir a urgência na realização dos seus planos é melhor ainda. Desse modo, não deve haver tristeza certa para compor a trilogia dos encontros que só existem dentro da gente.