Nunca tive dúvidas dos meus pudores. A minha seriedade apontava esse fechar-se que meu corpo, intimamente, permitia. E quando tudo era fogo, eu sempre preferi neutralizar minhas energias. O meu pensamento parece uma sombra a me carregar com todo o aparato que a chuva requeria. Eu sempre tive muitos pudores, independente do dia. Seja sol, chuva, dia ou noite. Em mim, sempre houve um estranhar o outro em primeira instância. Apesar de ser tempestuosa por dentro, via toda preparação como uma fase necessária ou uma forma de me acalmar as vontades para que a entrega completa fosse. Quando esta fugia ao meu controle, sentia-me transbordar a loucura que me preenchia. Tenho pudores até certo ponto, que seria até quando a confiança no outro se estabelecesse. Meus pudores limitam minhas posições, meus traquejos, minhas maneiras. Dentro de todos, alguém de quem eu não tinha pudor e que representa tudo o que de mim tornou-se em pudor nenhum. Para todos os outros, a vontade por um desejo contínuo e uma reciprocidade que só o corpo pode entrever.
Caso queiram ouvir, disponibilizo o áudio deste pequeno texto:
Um comentário:
Adoro sua voz, seus poemas...Te adoro com devoção e desejo...
Bjs
Postar um comentário