quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Aquele medo de ficar sozinha



Se você, pelo título, sentiu vontade de continuar a ler este texto é porque, certamente, encontra-se inserida na grande parcela de mulheres que nutrem este medo de ficar sem um parceiro. Em relação aos homens, isso nunca é abordado, mas vou lançar uma enquete para saber o que os rapazes pensam, ta bom? Só que a questão, neste momento, é falar um pouco sobre o porquê este receio. Para isso, nada melhor do que filosofar seguindo nossa experiência de vida que, vou lhe contar, não é pouca não.

As mulheres, como já sabemos, eram aquelas que ficavam dentro de casa cuidando dos filhos e do lar. Ela era aquela que, para sair da casa dos pais, precisava de um homem que a desposasse. Havia até aquela idiotice dele pagar à família dela para que pudesse casar-se com ela. Chamo idiotice porque éramos tratadas como objeto e não tínhamos o direito de escolher com quem gostaríamos de nos relacionar. As coisas eram muito grosseiras, simplificadas, nada democráticas e extremamente machistas. Com essa herança de mulher enquanto ser reprodutor e que preza por uma casa bem cuidada e filhos bem criados, muitas das nossas mães ainda não compreendem o fato da filha sair de casa sem um casamento e muitas mulheres também acreditam que, para se dar bem na vida, é preciso ter - além de estudo e bom emprego - um marido para formarem a família perfeito (com dois filhos e um animal de estimação).

A questão é que a felicidade acaba se prendendo à essa possibilidade de encontrar um homem, casar de branco na igreja e ter filhos para que a felicidade fique completa e para que os pais abram um sorriso de orelha a orelha. Com isso, Sicrana fica comparando a sua vida com a de suas amigas e pensando que Antônia tem namorado e ela não, que Cecília já se casou e ela não, que Mariana já está noiva e ela nem um namorado tem ainda. Ela também começa a pensar que todas as suas amigas tem pretendentes e sairão da solteirice logo enquanto ela não encontra ninguém que preste (porque homem que presta é aquele bem empregada e que apresenta ter um bom futuro). E, assim, ela pensa que apesar de Simone não estar bem casada, pelo menos teve a oportunidade de formar uma família - coisa que ela não teve. Com isso, a autoestima despenca por conta de besteira e a solidão chega como um vendaval, caracterizando este medo que é passar o resto da vida sozinha.

Musa do meu córa, sabe o que eu penso sobre isso? Nós, mulheres, precisamos priorizar o estudo, o trabalho e a nossa independência financeira. Isso é bem mais valioso do que ter um homem e uma família bonitinha, mas viver dependendo do outro até para comprar uma calcinha. E não ter um marido não significa estar sozinha. Para isso existem os namoricos, os ficantes, os PA's - afirmo que também dá para se divertir um bocado. E mais: quem vive desesperada e com muito receio de um final só, acaba não curtindo a vida e não se permitindo verdadeiramente a encontrar alguém que valha a pena. 

Lindona, cuide da sua vida como se não houvesse amanhã. A sua simpatia e o seu sucesso vai atrair uns gatões e, um dia, você quem vai escolher com quem vai querer ficar. Isso de ficar se jogando e chorando pelos cantos por conta de comparações e por receios bestas não está com nada. Acredite que você estando bem, o que vier é lucro. 

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