quarta-feira, 4 de março de 2015

Ah, Paulínia!


Sentava-se como quem quisesse sugar cada partícula do seu corpo em saliva e suor. Acumulava tesão sem ao menos piscar aversões. Desejava imensamente e com tudo o que lhe havia restado de malícias e voluptuosidades. Paulínia fez um trato: quer comer e ser comida por ele. Da última vez, foi aos lugares mais prazerosos que poderia existir. Sentiu sua alma sair do lugar e, em orgasmos múltiplos, hiper sexualizou-se. Liberdade passava a ter nome na entrega que eles se permitiram sem precisar de muitos olhares. Ela não sabia que aquela era apenas uma passagem para ajustar o seu corpo, sua alma e suas não-regras. Fechou os olhos para sentir tudo aquilo, abraçou, apertou, mordeu e rabiscou todo ele em um passar de olhos bem delineados. Despediram-se em beijos avassaladores e Paulínia só queria repetir a dose com todos os receios que tanto prazer lhe havia causado e, por isso, a deslocado. 

Receios de não conseguir ser mais do que havia sido e preocupação em perder toda a razão. No fundo, sabia que aquele foda era um carimbo do amor. Sumiu. Ele nunca mais deu as caras nem atende telefone nem responde e-mail nem está mais no mesmo endereço. Ela continua com as mesmas marcas e a mesma ânsia, cujos receios passaram a ser menores do que a lascívia. Nua, despojada, forte e musa - Paulínia é uma mulher inteira que não aceita sexo pela metade. Com tantos outras possibilidade, ela arrisca-se pelo que lhe soe mais próximo do que a marcou. Com uma vida corrida, curte ficar da varanda respirando trepadas de lembranças tão reais. Aos que foram testes, apenas sexo. À ele, foda fodasticamente massa. Quando não mais aparecer alguém com tamanhas habilidades, ela sabe que os dedos serão serventia da casa cujos caminhos eles já conhecem.




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