terça-feira, 10 de março de 2015

O último encontro


Aquele seria seu último encontro, assim determinara Monique. Ela sabia que abrir as pernas não era tudo o que precisava para, também, abrir sorrisos - sinceros. Por mais que o sexo fosse parte da sua subjetivação, ele não era tudo o que a determinava enquanto ser mulher. Monique, moça de força bruta que contrastava com exímios traços de bailarina, sabia que rispidez não poderia se tornar palavra chave no jogo dos corpos contemplativos. 

Na última quebra de pré-requisitos, ela chegara inteira e ele não havia mudado em nada no seu jeito audacioso de ser. Sentia-se o mestre mor nos desejos da carne, mal sabia o quão exigente ela era. Trocaram pernas, tornaram-se cachoeira - ele de suor e ela de gozo. Esgotaram-se. Ele satisfeito enquanto Monique deliciava-se com as possibilidades de repetir aquele momento. Houve despedida em forma de olhares e beijo molhado. 

Ela preferiu sair para olhar as estrelas e terminar a noite com a sensação de que pisaria na lua. Ele sentia-se mel, escorregando pelos caminhos que o levariam até em casa. Ela, bruta que era, desligara o celular porque não queria incômodos nem reprises nem nhenhenhens. Sim, aquele seria seu último encontro e nada mudaria tal destino.

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