sábado, 3 de janeiro de 2015

Em Igatu, uma vila entre ruínas.

Quando eu e mais nove amigos decidimos ir para a Chapada Diamantina, na Bahia, optamos por Igatu por ser um lugar mais próximo e por encontrarmos vagas em uma pousada. Apesar de ser um lugar de difícil acesso, pois foi necessário pegarmos dois transportes para chegarmos lá, sabíamos que o lugar era lindo após algumas pesquisas na internet. Ao chegarmos lá, concluímos que o local era uma vila onde as casas e ruínas davam beleza ao lugar. Na única trilha que realizei, fiquei encantada com o percurso marcado por casas de pedra.



Igatu é conhecida como a Macchu Pitcchu baiana devido aos seus aspectos geográficos com cordilheiras de grandes montanhas. O Manuscrito 512, que encontra-se na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, noticia o relato de um grupo de bandeirantes que, em meados do século XVIII, encontrou as ruínas de uma misteriosa cidade perdida no interior da Bahia. Um dos exploradores,  Percy Fawcett (comandante da guarda real inglesa), desapareceu ao procurá-la e serviu de inspiração para  o cineastaSteven Spielberg criar o personagem Indiana Jones.  



Acredita-se que essas lindas casas de pedras foram feitas por garimpeiros no século XIX e que, nesta vila, houve muita exploração e riqueza até a decadência lhes permitir abandonar o lugar. No entanto, a história não é definitiva nem muito menos para por aí. Alguns dizem que a vila é uma cidade construída sobre outra devido a geografia e a forma como a água escorre por baixo dela. Esse contexto possibilita que pensem ser Igatu um lugar por onde os Maias provavelmente tenham passado e feito morada.


A cascata acima foi até onde consegui chegar e é parte da Cacheira do Vitorino, um lugar lindo, mas que para ir além seria necessário coragem e força nas mãos e pés. Infelizmente não me adéquo nestes quesitos. Além desta, Igatu conta com muitas outras cachoeiras com níveis de dificuldade maiores ou menores para nelas chegar.




O cemitério de Igatu em estilo bizantino apresenta esculturas altas e o branco que cobre cada túmulo. Uma sepultura chamou bastante atenção por constar de 1800, ou seja, esta terra tem muita história pra contar.




Uma coisa que eu não poderia deixar de falar: a comida de Igatu é muito gostosa. Tem um tal de Godó, prato típico feito com banana verde, que é uma delícia. As fotos acima se referem ao mesmo lugar, onde pagamos R$16,00 cada um e comemos bastante. Com muita prosa, fomos muito bem recebidos por Chiquinho e provamos da comida de D. Áurea.  Ambos fazem deste lugar um dos mais procurados da vila, não é à toa que quando voltamos nos outros dias .. não conseguimos ficar porque estava lotado.

Vale salientar que, nesta vila, reside cerca de 350 habitantes e que não encontramos mercados, hospital ou farmácias. Se queremos comprar algo, temos que ver se encontramos em mercearias ou barzinhos. O lugar é cheio de charme e super aconchegante, é possível chegar lá a partir de Andaraí ou Mucugê. A viagem foi linda e enriquecedora, como vocês já devem ter percebido. Saudades: essa é a palavra que define esta viagem e este lugar, que algum outro dia pretendo voltar.


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